A alta de 3,9% na produção industrial em 2021 foi resultado do avanço do setor em 9 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo dados divulgados nesta quarta-feira (9).
Os destaques ficaram com Santa Catarina (10,3%), Minas Gerais (9,8%), Paraná (9%) e Rio Grande do Sul (8,8%).
Amazonas (6,4%), São Paulo (5,2%), Espírito Santo (4,9%) e Rio de Janeiro (4%) também registraram taxas positivas mais acentuadas do que a média nacional, enquanto Ceará (3,7%) completou o conjunto de locais com avanço na produção no índice acumulado no ano.
“O ano de 2021 fechou no positivo, mas foi volátil durante os meses. No primeiro semestre a trajetória foi mais crescente, e o ganho acumulado chegou a ser de 13%. Mas, no segundo semestre, houve perda de fôlego e a produção teve sequência de quedas”, explica Bernardo Almeida, gerente da pesquisa.
São Paulo foi a maior influência na expansão apresentada em 2021, muito disso devido ao tamanho e ao peso do parque industrial paulista. Segundo o IBGE, 11 das 18 atividades da indústria paulista cresceram no ano, com destaque para o setor de veículos, onde caminhões, automóveis e caminhão-trator para reboques tiveram os aumentos mais relevantes.
“O setor de máquinas e equipamentos, com aumento na produção de escavadeiras, rolamentos para equipamentos industriais e carregadoras-transportadoras, também contribuiu”, diz Almeida.
Em Santa Catarina, o setor de vestuário impulsionou o crescimento, com aumento na produção de camisas e blusas femininas de malha e na produção de vestido de malha. A metalurgia também colaborou, com alta em artefatos e peças de ferro fundido.
O setor metalúrgico também contribuiu em Minas Gerais. A metalurgia mineira apresentou houve aumento na produção de ferronióbio e na siderurgia. O setor extrativo também foi relevante para a indústria mineira em 2021, com maior produção de minério de ferro, mas a principal influência foi mesmo o setor de veículos, onde caminhão-trator para reboques e veículos para transportes de mercadorias impulsionaram a produção da atividade.
Já o Paraná foi puxado pelo setor de máquinas e equipamentos, com aumento na produção de máquina para colheita e nos tratores agrícolas. O setor de veículos, com aumento na produção de caminhão trator para reboques e caminhões e automóveis, também foi destaque.
Por outro lado, Bahia (-13,2%) apontou o recuo mais elevado no índice acumulado do ano.
“Efeito direto da saída de uma montadora de veículos do estado, em janeiro do ano passado, o que afetou o ano inteiro”, detalha o analista da pesquisa. O setor de derivados do petróleo também pressionou negativamente o resultado da indústria baiana, onde houve queda na produção de óleos combustíveis, óleo diesel, naftas para petroquímicas, parafina e querosene.
Região Nordeste (-6,2%), Goiás (-4,0%), Pará (-3,7%), Mato Grosso (-1%) e Pernambuco (-0,4%) mostraram as demais taxas negativas no indicador acumulado de 2021.
Produção em dezembro
A alta de 2,9% na produção industrial em dezembro, na comparação com novembro, foi resultado do avanço em 10 dos 15 locais pesquisados, com destaque para as expansões no Amazonas (14%), Goiás (8,8%) e Paraná (7,6%), que reverteram as perdas observadas no mês anterior de -2,1%, -1,6 e -0,2%, respectivamente.
Mato Grosso (4,6%), Espírito Santo (4,6%), São Paulo (3,8%) e Minas Gerais (3,4%) também registraram avanços mais intensos do que a média nacional no mês, enquanto Rio de Janeiro (2%), Bahia (2%) e Região Nordeste (1%) completaram o conjunto de locais com índices positivos em dezembro de 2021.
Por outro lado, Santa Catarina (-2,7%) e Rio Grande do Sul (-2,1%) apontaram os recuos mais elevados em dezembro. Pará (-1,7%) e Ceará (-1%) assinalaram as demais taxas negativas em dezembro de 2021, enquanto Pernambuco (0%) mostrou variação nula e permaneceu, dessa forma, no mesmo patamar do mês anterior.
Dezembro x dezembro
Na comparação com dezembro de 2020, o setor industrial recuou 5% em dezembro de 2021, com taxas negativas em 10 dos 15 locais pesquisados. O IBGE ressalta que dezembro de 2021 (23 dias) teve um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior.
Ceará (-20,9%), Região Nordeste (-10,9%), Bahia (-10,5%) e Santa Catarina (-10,1%) assinalaram recuos de dois dígitos e os mais intensos. Pará (-8,9%) e São Paulo (-5,6%) também registraram taxas negativas maiores do que a média nacional (-5,0%), enquanto Pernambuco (-4,6%), Rio Grande do Sul (-4,1%), Espírito Santo (-1,0%) e Minas Gerais (-0,3%) completaram o conjunto de locais com índices negativos nesse mês.
Por outro lado, a indústria de Mato Grosso cresceu 23,1%, a maior taxa entre os estados. A seguir, vieram Goiás (8,3%), Rio de Janeiro (6,5%), Amazonas (2,3%) e Paraná (2,2%).